Obesidade: Pesar os Riscos do AVC

Na Europa, 51,6% dos adultos têm excesso de peso (1). Ser obeso não só aumenta o risco de pressão arterial alta, doenças cardíacas e diabetes, como também aumenta a probabilidade de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), particularmente se tiver peso extra na zona abdominal (2). Felizmente, isto é outro fator de risco que pode ser potencialmente alterado através de uma dieta saudável, exercício físico e outras mudanças de estilo de vida.
Como sei se tenho excesso de peso ou obesidade?
Se tiver peso a mais, provavelmente já o saberá, mas vale sempre a pena verificar o seu índice de massa corporal (IMC) para perceber exatamente onde se situa na escala. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define excesso de peso ou obesidade como: “a doença em que o excesso de gordura corporal se acumula ao ponto de a saúde poder ser afetada negativamente” (3). Pode facilmente descobrir se é mais pesado do que deveria para a sua altura calculando o seu IMC.
O que o seu IMC diz sobre si
O índice de massa corporal (IMC) calcula-se dividindo o seu peso (em quilogramas) pela sua altura ao quadrado (em metros). Este resultado ajuda a determinar a diferença entre ter um bocadinho de excesso de peso ou ter obesidade mórbida. Excesso de peso Obesidade Obesidade mórbida |
Como está a obesidade associada ao AVC?
A relação entre a obesidade abdominal e o AVC está estabelecida há muito tempo, particularmente quando também estão presentes outras condições, como a diabetes, a pressão arterial alta e o colesterol alto. Porém, há diferentes opiniões sobre a razão de o risco ser maior em pessoas com excesso de peso.
Alguns estudos sugerem que o IMC por si só não é um bom indicador do risco de AVC. Em vez disso, estes investigadores defendem que o peso em excesso na zona abdominal pode ser um preditor forte (2). Perímetros abdominais superiores a 102 cm em homens e a 88 cm em mulheres são classificados como obesidade abdominal (5).
Porque é que a razão cintura-anca (RCA) é importante?
A sua razão cintura-anca (RCA) basicamente diz se tem excesso de peso na zona abdominal, o que está diretamente associado ao seu risco de AVC. Comece por medir a sua cintura e a parte mais larga das suas ancas e depois divida o perímetro da cintura pelo perímetro das ancas. A obesidade abdominal é definida como uma razão cintura-anca superior a 0,90 em homens e a 0,85 em mulheres (3). Por cada 0,01 a mais na RCA, o risco de AVC aumenta 5% (6).
Como posso reduzir o meu risco de AVC?
A obesidade está associada ao AVC, independentemente da idade ou de outros fatores de risco cardiovascular (7). Portanto, faz sentido que ao reduzir o seu peso reduza a sua probabilidade de sofrer um AVC.
Existem várias formas de reduzir a gordura corporal, incluindo introduzir mais exercício físico, reduzir o consumo de sal, reduzir o consumo de bebidas alcoólicas e manter uma dieta saudável que seja pobre em gorduras saturadas e rica em fruta e vegetais. Um estudo suíço mostrou uma redução significativa na diabetes, no ataque cardíaco e no AVC em doentes que alcançavam mais de 3 objetivos de estilo de vida saudável (8).
Referências bibliográficas:
- Eurostat. Overweight and obesity – BMI statistics. 2014. Accessed June 7th. https://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained/index.php/Overweight_and_obesity – BMI_statistics.
- (Global Burden of Metabolic Risk Factors for Chronic Diseases Collaboration et al, 2014). Suk et al (2003).
- World Health Organization (WHO). Obesity: preventing and managing the global epidemic. WHO Technical Report Series 894, World Health Organization, Geneva, Switzerland, 2000.
- Clinical guidelines on the identification, evaluation, and treatment of overweight and obesity in adults: the evidence report: National Institutes of Health. Obes Res 1998;6 (suppl 2):51S-209S.
- Wildman RP et al. Cardiovascular disease risk of abdominal obesity vs. metabolic abnormalities. Obesity (Silver Spring).2011;19:853-860.
- De Koning L, Merchant AT, Pogue J, Anand SS. Waist circumference and waist-to-hip ratio as predictors of cardiovascular events: meta-regression analysis of prospective studies. Eur Heart J. 2007;28:850-856.
- Prospective Studies Collaboration; Whitlock G, Lewington S, Sherliker P, Clarke R, Emberson J, Halsey J, Qizilbash N, Collins R, Peto R. Body-mass index and cause-specific mortality in 900 000 adults: collaborative analyses of 57 prospective studies. Lancet. 2009;373:1083-1096.
- Sjostrom L. Review of the key results from the Swedish Obese Subjects (SOS) trial: a prospective controlled intervention study of bariatric surgery. J Intern Med. 2013;273:219-234.