Somos aquilo que comemos: a dieta e o risco de AVC

Uma dieta boa, que inclui uma quantidade abundante de frutas e vegetais, fibra, cereais integrais, legumes e peixe, tem sido associada a um menor risco de AVC (1). No entanto, qual é a melhor forma de manter um peso saudável e de manter mínima a sua probabilidade de desenvolver problemas de saúde cardiovasculares?

 

Como é que a dieta e a nutrição estão associadas a AVC

O que ingerimos afeta o controlo do peso, da tensão arterial e da diabetes, todos diretamente associados ao risco de AVC (1). As pessoas com excesso de peso ou obesas têm uma probabilidade 2  vezes superior de sofrer um AVC comparativamente à probabilidade de pessoas que têm um peso normal (2). A tensão arterial alta e a diabetes podem enfraquecer os vasos sanguíneos que fornecem o cérebro, causando mais facilmente a sua rutura ou obstrução. Para além das óbvias vantagens para a saúde, é fácil perceber que a manutenção de uma dieta equilibrada e nutritiva também pode reduzir o risco de doenças cardíacas e AVC.

 

O que é uma dieta “boa” que permita reduzir o risco de AVC?

Uma dieta idêntica à mediterrânica, rica em alimentos provenientes de plantas, azeite e uma quantidade moderada de carne, laticínios e vinho, tem sido consistentemente associada a riscos reduzidos de AVC. A ideia baseia-se na análise dos padrões alimentares que se formaram nas regiões de plantações de oliveiras no Mediterrâneo,  no início das décadas de 1950 e de 1960 e, desde há muito tempo tem sido associada a uma melhor saúde cardiovascular.3)

 

Essencialmente, a dieta mediterrânica envolve o consumo frequente de:

 

  • Frutas e vegetais – 5 ou mais porções por dia
  • Peixes gordos, como a cavala – pelo menos 2 porções por semana
  • Azeite – consumo elevado
  • Frutos secos de casca rija e amendoins – 3 ou mais porções por semana
  • Leguminosas, como feijões ou lentilhas – 3 ou mais porções por semana

 

O que é uma “má” dieta  associada a  risco de AVC?

Para além de terem noção dos alimentos que são bons para si, as pessoas com risco de AVC também precisam de saber  que alimentos devem evitar. Atualmente, a recomendação geral, é limitar o consumo de carnes , particularmente carnes vermelhas e processadas; reduzir a quantidade ingerida de refrigerantes e de bebidas alcoólicas e limitar a quantidade de gorduras trans presentes em alimentos de pastelaria (4).

 

Para reduzir o risco de AVC, deve tentar consumir menos:

 

  • Carnes vermelhas e processadas – ricas em gorduras saturadas e em sódio
  • Vinho – o consumo elevado está associado a um risco elevado
  • Bebidas e alimentos açucarados – o consumo de 2 ou mais porções de refrigerantes pode aumentar o risco de AVC isquémico (5)
  • Gorduras adicionadas – evitar gorduras trans, existentes em bolos e em alimentos de pastelaria
  • Laticínios – tentar mudar para variedades magras

 

Como pode compreender, a dieta não saudável é um dos dez principais fatores de risco de AVC que podem ser facilmente alterados. A combinação de uma alimentação saudável com muito exercício físico ajuda a reduzir o seu peso corporal, a reduzir a sua cintura e a diminuir a sua probabilidade de ter problemas de saúde cardiovasculares.

 

Referências bibliográficas:

  1. https://www.stroke.org.uk/what-is-stroke/what-can-i-do-to-reduce-my-risk/eat-healthy-diet.
  2. Heidi Moawad MD. Being overweight doubles your risk of having a stroke. Medically reviewed by Huma Sheikh, MD. Aug 19 2021.
  3. Miguel A. Martinez-Gonzalez, Alfredo Gea, Miguel Ruiz-Canela. The Mediterranean Diet and Cardiovascular health. A Critical Review. Originalmente publicado em 28 de fevereiro de 2019. Doi.org/10.1161/CIRCRESAHA. 118.313348.
  4. Stacey Colino. DASH diet for High Blood Pressure. Expert reviewed Jackie Newgent, R.D.N. August 10 2021.
  5. Yasmin Mossaver-Rahmani et al. Artificially Sweetened Beverages and Stroke, Coronary Heart Disease, and All-Cause Mortality in the Women’s Health Inititaitve. AHA Journals. Originalmente publicado em 14 de fevereiro de 2019. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/STR.

 

Atualização Fevereiro de 2022

Próxima revisão 2024